tag:blogger.com,1999:blog-51206152639167629242024-02-01T20:22:48.744-08:00palavras agridoceisabelahttp://www.blogger.com/profile/13206218678935738394noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-69553583567402903292022-05-21T19:43:00.009-07:002023-09-21T18:34:47.398-07:0031 perguntas para quebrar um silêncio constrangedor (6 anos depois)<p> <b>1. </b>Eu sou obcecada por Serial Killers, alguns amigos meus consideram isso como algo doentio (palavras deles). Imagino que seja um fascínio saudável, tanto que pretendo me especializar em psicologia forense, precisamente na parte de transtornos de personalidade anti-social.<br /> <i> </i><i> Bom, atualmente eu já não tenho mais o mesmo interesse por serial killers ou psicopatia. Na verdade, não tenho nenhum interesse. Entretanto, as vezes me pego pensando que eu deveria ter seguido na área de psicologia pois há outros transtornos que despertam minha curiosidade de alguma forma.</i></p><p><b>2.</b> Eu gosto muito de mandar áudios no WhatsApp, são mais práticos do que escrever.<br /><i> Odeio mandar ou receber áudios.</i></p><p><b>3. </b>Eu tenho tendências a me apaixonar com mais facilidade que as outras pessoas. Resumindo, sou trouxa.<br /><i><span> É, isso continua acontecendo. Eu me apaixono muito fácil, mas já entendi que isso não acontece por acaso, mas sim porque tenho uma necessidade inquietante de amar para ser amada de volta. Não é saudável ser trouxa.</span><br /></i></p><p><b>4.</b> Eu gosto de roupas cinzas, mesmo que muita das vezes elas se pareçam com pijamas.<br /><i><span> Nah, não gosto mais de roupas cinzas, elas realmente parecem pijamas e não combinam com meu tom de pele. Entretanto, gosto muito de marrom, verde escuro e vinho.</span><br /></i></p><p><b>5.</b> Meus personagens favoritos são o Hannibal Lecter e o Alex Delarge, sem dúvida alguma. Porém, o Alex sempre será o meu preferido. Sei que ele não é lá flor que se cheire, mas eu também não sou.<br /><span><i> O Alex continua sendo um dos meus personagens preferidos, mas não pelo mesmo motivo. Ele é um personagem complexo e com um incrível desenvolvimento, além de ter feito parte desse momento da minha vida.</i></span></p><p><b>6. </b>Eu tenho o dom de dormir em qualquer lugar e em qualquer situação. Pode ser o ônibus, na carteira, no cantinho do pátio ou até mesmo em pé. Sempre acabo cochilando por aí.<br /><span><i> Meu deus, hoje em dia eu demoro muito pra dormir e quando durmo acordo repetidamente durante a noite. </i></span></p><p><b>7.</b> Um dos idiomas que mais quero aprender é Alemão. Assim como eu pretendo visitar a Alemanha no futuro.<br /><i><span> Estou aprendendo alemão (aos pouquinhos) e ainda quero morar em um lugar próximo à Alemanha, mas dessa vez na Franca. </span><br /></i></p><p><b>8.</b> Meu ator preferido sempre será o Jack Nicholson, e meu filme preferido dele é Um estranho no Ninho.<br /><span><i> Hmm, não acho que atualmente eu tenha um ator preferido. Eu gosto do Ryan Gosling, Robert Pattinson e Paul Dano. </i></span></p><p><b>9.</b> Gosto muito de desenhar, mas infelizmente perdi esse habito com o passar dos anos. Ainda me arrisco a rabiscar algumas coisas na carteira, mas não é nada de mais.<br /><i><span> Hoje felizmente desenho muito e tenho uma página no Instagram dedicado a isso. Já vendi várias artes e uma colega tatuou meu desenho. Sou muito grata e orgulhosa por tudo que conquistei relacionado à arte espero poder conquistar mais coisas!</span><br /></i></p><p><b>10.</b> Minha cor preferida é vermelho rubro (não sei se é o nome certo). Aquele vermelho escuro próximo a cor do sangue. Também gosto de azul claro e cinza escuro.<br /><i><span> Vermelho continua sendo uma das minhas cores preferidas, mas acho que atualmente eu diria que é a cor vinho, também bem próximo a cor do sangue. Verde musgo/escuro também é uma das minhas cores preferidas, junto com marrom.</span><br /></i></p><p><span style="color: #741b47;"><b>1. Você gosta de coentro ou acha que tem gosto de sabonete? </b></span><br /></p><div>E se eu disser que não sabia o que era coentro até ler essa pergunta? Me mantenho o mais longe o possível da cozinha, então não sei exatamente qual o gosto do coentro. Porém, já comi sabonete, e se o gosto for realmente semelhante a esse, eu prefiro ficar sem saber.</div><div><br /></div><div><i>Não tenho a minima ideia de qual é o gosto de coentro.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">2. O que você acha de áudios do WhatsApp? </span></b></div><div>A melhor invenção de todas. Me poupa muito tempo, principalmente quando estou atrasada ou caminhando. </div><div><br /></div><div><i>Odeio.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">3. Você também comia o chocolate da Turma da Mônica pelas bordinhas? </span></b></div><div>Quem não??</div><div><i>Eu menti, nunca comi o chocolate da turma da mônica.</i></div><div><i><br /></i></div><div><b><span style="color: #741b47;">4. Qual é a melhor consoante do alfabeto? </span></b></div><div>M é uma letra bem charmosa.</div><div><i>Acredito que seja a letra Q pois é minha preferida para escrever.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">5. Qual é a primeira rede social que você vê de manhã? </span></b></div><div>Eu não faço a minima ideia, mas eu sempre checo o blogger primeiro ao chegar em casa.</div><div><i>Twitter.</i></div><div><i><br /></i></div><div><b><span style="color: #741b47;">6. Você acha que existe alguma bala melhor que 7 Belo? </span></b></div><div>Freegells de melão com recheio de chocolate branco.</div><div><i>Aquela bala que vem com chiclete dentro.</i></div><div><i><br /></i></div><div><b><span style="color: #741b47;">7. Que cor você acha menos confiável? </span></b></div><div>Amarelo.</div><div><i>Qualquer cor pastel.</i><br /><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">8. Qual foi o último filme que você viu e odiou? </span></b></div><div>O melhor de mim. Não é que eu tenha odiado, mas não consegui assistir mais de 40 minutos de filme. A escolha dos atores na fase adulta foi péssima, não tem química alguma e não me senti nada convencida com o romance dos dois. A direção é muito boa, mas a história é extremamente clichê (típico de Nicholas Sparks). Aceitei o fato que filmes de romance não me agradam tanto assim.</div><div><i>Forgotten. É um filme coreano com um roteiro muito ruim.</i><br /><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">9. Qual animal parece mais simpático, um pato ou um golfinho? </span></b></div><div>Golfinhos, claro. Patos correm atrás de você e são agressivos.</div><div><i>Pato, com certeza. Golfinhos estupram pessoas.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">10. Toddy ou Nescau? </span></b></div><div>NESCAU!!</div><div><i>Nescau.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">11. Você acha que bebês conversam uns com os outros? </span></b></div><div>Sim, assim como eu acho que os gatos se comunicam como os humanos e espalham todos nossos segredos.</div><div><i>Acho que eles tentam se comunicar da forma deles.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">12. Sabia que todo mundo é feito de poeira de estrelas? </span></b></div><div>Sim, e acho isso lindo.</div><div><i>Não lembrava disso. Bem poético.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">13. Ouro Branco ou Sonho de Valsa? </span></b></div><div>Ouro Branco, chocolate branco é a melhor coisa de todo o universo.</div><div><i>Ouro Branco, sempre sempre</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">14. Qual era seu desenho favorito na infância? </span></b></div><div>O pequeno urso, eu era apaixonada por esse desenho. Até hoje tenho uma mantinha dele, o meu personagem preferido era o Gato. </div><div><i>Simm, pequeno urso.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">15. Que série você jamais reveria? </span></b></div><div>Scream Queens. Assisti um episódio e pra mim já foi suficientemente entediante.</div><div><i>Riverdale.</i></div><div><br /></div><div><div><b><span style="color: #741b47;">16. Qual personagem do Harry Potter você menos gosta? </span></b></div><div>Nunca assisti Harry Potter... Mas não vou muito com a cara da Hermione, talvez porque eu não goste da Emma. </div></div><div><i>Odeio Harry Potter.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">17. Qual é sua opinião sobre barrinhas de cereal? </span></b></div><div>Essa é a melhor coisa do universo depois de chocolate branco.</div><div><i>Eu amo, mas não é a melhor coisa do universo.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">18. Com quem você dividiria um Bis? </span></b></div><div>Com o meu namorado. Eu não tenho um namorado, então, não dividiria com ninguém.</div><div><i>Com minha avó.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">19. O que você faria se achasse R$ 50 na rua? </span></b></div><div>Colocaria créditos (pra jogar mais pokemon go) e o resto compraria em açaí.</div><div><i>Guardaria.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">20. Quanto tempo uma comida precisa estar na geladeira para você considerar ela velha? </span></b></div><div>Dois dias.</div><div><i>Quando cheira mal.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">21. Qual é seu número preferido? </span></b></div><div>Coincidentemente, o meu número preferido é 21. O motivo é bem idiota, sério. Quando eu ainda estava no fundamental e comecei a aprender tabuada, a primeira conta que decorei foi 7x3, desde então nunca esqueci esse número.</div><div><i>Sim, ainda é 21 pelo mesmo motivo.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">22. Qual é o aplicativo mais inútil do seu celular? </span></b></div><div>Prisma. Não é que ele seja inútil, mas eu quase nunca uso. </div><div><i>Duolingo lmao</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">23. Quem você tiraria do elenco de “Friends” se fosse obrigado? </span></b></div><div>Vou trocar Friends por How I Mey Your Mother. Eu com toda certeza do mundo tiraria a Robin, eu odeio ela. </div><div><i>Bom, assisti friends e com certeza tiraria a Janette, ela é irritante demais.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">24. Você é contra ou a favor de comer macarrão com arroz? </span></b></div><div>Credo, contra.</div><div><i>Contra</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">25. Qual foi a última vez que você precisou usar a Fórmula de Bhaskara? </span></b></div><div>Esses dias durante uma aula de matemática. O exercício estava super fácil até chegar numa equação de segundo grau e eu me tocar que precisaria usar bhaskara. Terminei o exercício aí, nem me arrisquei a continuar.</div><div><i>Provavelmente no dia que respondi essa pergunta pela primeira vez.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">26. Você acha que dá para morrer de overdose de rúcula? </span></b></div><div>Tudo de mais faz mal, então...</div><div><i>??</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">27. Quanto tempo você levou para entender como funciona o Snapchat? </span></b></div><div>Acho que aprendi em duas horas, no máximo.</div><div><i>É.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">28. Qual é sua opção favorita no restaurante por quilo? </span></b></div><div>São tantas... Mas sempre pego batata frita, strogonoff e lasanha. </div><div><i>Arroz temperado, churrasco, salada, batata frita e melancia.</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">29. Você gosta de “Sorry” do Justin Bieber? </span></b></div><div>Já enjoei, mas caso alguém toque essa música perto de mim eu vou cantar sem pensar duas vezes.</div><div><i>Não</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">30. Você prefere passar muito frio ou muito calor? </span></b></div><div>Nenhum dos dois, tem como?</div><div><i>Nenhum!!!</i></div><div><br /></div><div><b><span style="color: #741b47;">31. Você está dormindo e sobe uma barata na sua cara. Você prefere continuar dormindo e nunca saber ou acordar e fazer alguma coisa? </span></b></div><div>Acordar e fazer alguma coisa, pelo menos assim não corro o risco dela entrar na minha boca (eu acho).</div><div><i>Nunca saber.</i></div><p><span><br /></span></p>isabelahttp://www.blogger.com/profile/13206218678935738394noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-84791889971595296802021-12-22T11:54:00.003-08:002021-12-22T11:54:38.142-08:00o que será que vem depois da incessante tempestade?<br />
do vendaval que desestabiliza suas pernas<br />
da chuva e da penumbra que surgem<br />
<br />
o que vem depois da noite sozinha?<br />
após a madrugada se desintegrar<br />
e as estrelas por fim se forem<br />
<br />
o que vem após o outono?<br />
após as folhas caírem<br />
e o tempo mudar<br />
<br />
o que vai restando<br />
e por fim ficando<br />
de pouco em<br />
pouco, é<br />você<br />
<br />isabelahttp://www.blogger.com/profile/13206218678935738394noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-63626872275704201232017-03-16T16:01:00.000-07:002017-03-19T17:38:28.423-07:00E na Aurora<div dir="ltr">
Eu sempre gostei das flores.<br />
Quando eu era pequena, aos três para ser exata, minha mãe me levava até a fazenda do seu irmão. Ele tinha um terreno grande e jardins repletos de flores. Flores de todas as cores que você possa imaginar. Naquela época, eu não sabia exatamente o nome de todas elas, conseguia distinguir o as azuis, as amarelas e as vermelhas. Inventava nomes para as cores que se misturavam e formavam uma nova. Tinha um caderno, esse que ganhei de aniversário do meu tio, onde eu colocava cada uma das flores e escrevia sua cor. Algumas eram "brancazul", outras eram "amarosa".<br />
<br /></div>
<div dir="ltr">
Aos seis passava a maior parte do dia entre os corredores dos jardins, visitava cada flor individualmente e contava para elas histórias sobre a minha vida. Meu tio me acompanhava e explicava sobre o nome real de cada uma delas. Alguns nomes eram difíceis e eu não conseguia memorizar, então, passei a escrevê-los no caderninho. Ao final da tarde, minha família se reunia em um campo grande e faziam uma fogueira. Meu irmão tocava violão e minha mãe distribuía as varetas onde colocaríamos o marshmellow. Meu tio era tão prestativo, eu admirava sua bondade em se importar comigo. Eu não tinha força nos dedos, então, ele segurava minha mão pequena com a sua e me ajudava a encaixar o marshmellow em um dos pauzinhos. Eu lhe retribuía um sorriso e ele acariciava minha mão.<br />
<br /></div>
<div dir="ltr">
Aos dez eu já frequentava a fazenda com muita frequência. Minha mãe me levava aos finais de semana e me deixava dormir por lá. Acordava cedo e ia direto para o jardim, via o nascer do sol, apreciava os raios tímidos tocarem as flores aos poucos. Algumas mais vergonhosas demoravam a desabrochar, mas eu as esperava, ao lado dos lírios brancos. Sempre admirei sua graciosidade, as pétalas eram grandes perto das minhas mãos. Eu os imaginava como anjos, a cor pura e tão clara me lembrava as vestimentas que via em esculturas na igreja da minha cidade. As pétalas tinham caimentos como tecidos finos, e quando uma brisa leve os atingia, eles se movimentavam com suavidade, assim como a seda.<br />
<br />
Meu tio chegava alguns minutos depois, ele me trazia chocolate quente e se sentava ao meu lado. Apreciávamos a brisa, o canto ainda fraco dos pássaros, a luz sutil do sol que banhava nossos rostos ainda adormecidos. Ele envolvia suas pernas sobre meu corpo pequeno e acariciava meu cabelo. Dizia o quanto as flores eram irrelevantes diante a minha beleza, e que a minha pureza as ofuscava. Ficava triste pelas flores, elas eram tão lindas quanto mim, tão puras, tão simples e tão graciosas quanto qualquer outra coisa que viva sobre a terra.<br />
<br /></div>
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Aos doze eu aprendi a plantar. Minha mãe me comprou uma pá e algumas sementes. Meu tio reservou um canteiro apenas para mim, e disse que eu podia escolher qualquer nome para ele. Peguei tinta e um pedaço de madeira que estava jogado próximo a mim, sentei-me sobre o chão e escrevi com da forma mais caprichada que consegui. <i>Aurora. </i><br />
<i><br /></i></div>
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Um dia, logo depois de voltar da fazenda vi minha mãe chorar. Ouvia atrás da porta os consolos do meu pai. Minha mãe falava pelo telefone, sua voz era interrompida pelos soluços e eu não podia entender o que dizia. E só agora posso entender o que significava aquelas palavras difíceis e o motivo por ela chorar tanto.<br />
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Depois desse dia eu não visitei mais a fazenda.<br />
<br /></div>
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Aos dezesseis, quase perto de completar os dezessete meu tio me ligou. Eu sabia que não podia falar com ele, minha mãe havia cortado todo tipo de contato entre nós. Estremeci ao ouvir sua voz, uma onda de temor percorreu por todo meu corpo, minha cabeça doeu em instantes e eu senti medo. Medo, eu nunca havia sentido medo dele. Eu o amava, eu amava por ser carinhoso, amava por ter me ensinado a plantar, amava por ter me apresentado aos lírios, as tulipas, aos cravos e todas as outras espécies. Mas naquele momento, exatamente naquele momento eu o temi. Era confuso, meu estômago estava embrulhado e eu tremia.<br />
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<i>"Ei, tudo bem?"</i><br />
<i><br /></i></div>
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O respondi com a voz tremula. E ao final da chamada a sensação passou. Não tinha motivos para temê-lo, eu afirmava com toda convicção. Era só mais uma viagem a fazenda, minha mãe não se importaria e eu, finalmente, poderia rever a <i>aurora</i>.<br />
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Às 4h ele me buscou, sai escondida pela janela do quarto. Estava acompanhada pelo meu caderno e uma câmera fotográfica, essa que serviria para eternizar meu último momento ao lado das flores. A viagem foi longa e durante o percurso ele não parou de falar. Eu observava seus lábios finos umedecerem conforme o final das frases, e a saliva escapava entre eles conforme falava. Seus óculos eram os mesmos, a armação estava velha e remendada, as lentes estavam sujas e seus olhos mais imundos ainda. Senti nojo de sua aparência, senti nojo da sua respiração ofegante ao falar comigo, senti nojo do seu cabelo oleoso, nojo da sua barba, nojo do seu toque frio no meu joelho. Me esquivava conforme sua mão subia meu vestido.<br />
<br /></div>
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Quando finalmente chegamos na fazenda eu saltei do carro e caminhei apressadamente até o canteiro. E como uma brisa fria depois da tempestade, eu me senti leve. As flores haviam se multiplicado e já se ocupavam todo o campo. Apreciei cada uma individualmente em questão de segundos, fechei os olhos e apreciei seus seu cheiro característico. Caminhei sob a terra úmida dos corredores, toquei cada uma delas, senti suas texturas macias e me senti protegida. Apanhei algumas e coloquei no bolso, retirei o caderno surrado e descrevi a sensação de estar lá novamente.<br />
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E no final do último corredor pude ver a <i>aurora</i>. Ela ocupava mais do que um corredor, se estendia até o por toda extensão do campo, era uma nuvem branca imergida naquele arco-ires. E pregado no chão, uma plaquinha de madeira indicava seu nome. A letra era torta e quase não se podia ler. Fotografei cada pedaço do canteiro, conversei com os lírios, chorei pelos que se decompunham no chão, pois não tive a chance de conhecê-los devidamente.<br />
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Queria viver esse momento para sempre, queria andar entre os corredores até meu último suspiro ou até que as minhas pernas cedessem e eu caísse sobre o chão. Queria tornar-me aquele momento.</div>
<div dir="ltr">
Eu ainda estava com a câmera apontada para um lírio que se desabrochava quando senti o toque frio na minha nuca. Não tive tempo de recuar, pois a outra mão já segurava meu braço. A câmera caiu sobre a terra e eu também. Seu corpo pesado impedia que meus membros realizassem qualquer movimento, eu estava presa e sabia que não havia como sair dali. E então, tudo silenciou. Eu vi os lírios, eu ouvi o canto dos pássaros, eu senti a terra úmida contra minha bochecha, eu senti o áspero gosto da terra em minha língua. Eu vi a aurora nascer, eu senti os raios solares queimarem sutilmente meus olhos, então eu os fechei. Eu já não sentia o medo, não sentia a dor. A brisa queimava minha pele em contraste aos dedos ásperos que abandonavam meu corpo jogado no canteiro. Permaneci congelada, e nesses poucos segundos de imergidão nos meus pensamentos eu pude me lembrar de tudo. Me lembrei dos toques em minha mão aos seis anos, lembrei de observar o nascer do sol enquanto ele rasgava minha roupa, lembrei do choro da minha mãe e finalmente entendi o porque de não poder mais ver as flores.<br />
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E meu amor, meu carinho e tudo o que sentia por ele, se tornou em ódio, mas o ódio completamente inútil, pois naquele momento, naqueles últimos segundos, eu não tive forças. Seu rosto contra o sol, sua testa suada e a objeto metálico em suas mãos não foram suficientes para me levantar do chão e me fazer fugir. E os lírios, tão brancos e puros, aqueles mesmos lírios que me remetiam a anjos, adornavam agora gotas em vermelho.</div>
Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-57658110623036522052017-01-24T12:24:00.001-08:002017-05-06T22:49:40.966-07:00Descreva sua aparência<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<img src="https://68.media.tumblr.com/f053e8308db2304a3dd080f1f3d6ab86/tumblr_okaxuhjkIk1tuko6jo1_500.jpg" width="510" /><br />
Eu a vi de relance enquanto folheava um livro, do qual nem mesmo me lembro o nome, pois a sua presença naquele lugar roubou-me toda a atenção. Foi necessário alguns segundos até que meu cérebro processasse o seu rosto - esse que tinha um formato indefinido, um pouco quadrado no maxilar, mas arredondado perto das bochechas, até hoje não sei ao certo-, pude olhar então a sua boca entreaberta enquanto murmurava poucas palavras, com certeza ela tinha o hábito de ler em voz alta. Seu nariz era ligeiramente pontudo, custa-me a admitir esse fato, pois ela sempre diz que seu nariz é uma peça perdida no quebra-cabeça de seu rosto, algo que não combina e é desproporcional. Pude então mirar em seus olhos atentos a leitura, eles eram castanhos, mas a luz refletida do sol os tornavam mel, assim como o seu cabelo, algumas mechas eram mais claras enquanto o resto escondiam-se na sombra como um castanho tão escuro que, no momento em que a vi, imaginei ser preto. Naturalmente ondulado, alguns fios pousavam sobre seu ombro, enquanto outros insistiam em cair sobre seus olhos, e ela, irritada, colocava a mecha rebelde atrás da orelha. [...]<br />
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<div style="text-align: right;">
<i style="color: #999999; font-family: times, "times new roman", serif; font-size: 14px; text-align: right;">Texto do desafio 364 coisas sobre as quais escrever </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i style="color: #999999; font-family: times, "times new roman", serif; font-size: 14px;">(nº 1) Descreva sua aparência (na terceira pessoa).</i></div>
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Ultimamente eu reparei que minha auto-estima está mais baixa que o normal, isso não é preocupante, mas é algo que me incomoda. Eu já passei por muita coisa por causa da minha insegurança, mas 2016 me ajudou a me ver por outra perspectiva, e isso foi ótimo. Talvez a culpa seja do meu isolamento durante as férias, mas eu ando me sentindo muito pra baixo ultimamente. Pensando nisso, decidi então me descrever ressaltando as coisas que eu gosto em mim.<br />
Enfim, perdão pelo sumiço, talvez eu volte a aparecer aqui.Unknownnoreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-82241008442074938892016-12-09T21:02:00.002-08:002017-03-12T14:07:54.178-07:0030 letters: Aquele que já amei (ex-amor)Oi,<br />
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Não nos conhecemos da melhor forma, e por completa ironia, isso descreve nossa relação após os anos. Foi em meio a uma tempestade e estávamos enfiados em uma festa infantil, cheia de garotos de 10 a 14 anos, competindo quem ficaria com o máximo de garotas em uma festa. Demorei quase dois anos para admitir que não passei de um número, e mesmo que hoje já se façam 4 anos e nós criamos uma intimidade considerável, as vezes ainda me pergunto se continuo sendo uma das 30 e poucas que você beijou aquela noite. E sim, eu finalmente sei a resposta. Na época, talvez por ser muito influenciável ou simplesmente tola, eu sequer pensei nessa possibilidade. A música, as pessoas e você, era tudo estranho, e nem mesmo a presença das minhas amigas tornaram essa experiência menos desconfortável. Até que aconteceu, e você sabe, foi da pior forma. A menta que antigamente costumava revirar meu estomago de ansiedade, hoje é a causa da ânsia que me invade nos intervalos dos nossos beijos.<br />
<br />
Eu não sei o que tem em você, não sei que merda você exala que traz de volta a menina de 12 anos toda vez que sinto seu cheiro ou simplesmente recebo uma mensagem tua -e a maioria delas são carregadas de sarcasmo e frieza. Já se fazem 4 anos e estamos próximo do quinto, e até hoje me sinto acorrentada a você.<br />
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<i>Três anos</i>, finalmente pensei que havia te esquecido, sequer havia rastro de memórias tuas em mim. Não me recordava mais do seu cheiro nem da forma estúpida que você sorria. Não via mais seu rosto nas outras pessoas e nem me esforçava em virar o pescoço na esperança de te ver em algum lugar. Por que você resolveu voltar? Recebi tua mensagem minutos depois de ter terminado com outro garoto, e hoje em dia sinto que isso foi de propósito.<br />
A dúvida de como minha vida teria sido se eu tivesse voltado com ele ao invés de ter passado a noite inteira te procurando latejava na minha cabeça, e sinto medo só de imaginar o quão boa ela teria sido sem você.<br />
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Eu queria não conseguir admitir, queria que minha cabeça voltasse a ser tão infantil ao ponto de te imaginar naquele conto de fadas de quatro anos atrás. Talvez aquele beco escuro não fosse tão ruim e assustador assim, talvez as palavras que saíram da sua boca não fossem tão secas e monótomas como um "Oi, vamos logo", e talvez, o melhor de tudo seria não ter que lidar com a sua cara de tédio a cada frase que eu dizia.<br />
<br />
Sou orgulhosa demais pra admitir o quanto isso dói, até hoje, depois de 4 longos anos, ainda dói pensar em ti, pensar na merda do teu beijo que foi o melhor que já tive o prazer de experimentar.<br />
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Não te culpo por nunca ter sido recíproco, te culpo por simplesmente ser você, e mais ainda, me culpo por ter permitido que você entrasse dentro da minha cabeça e quebrasse tudo que eu construí durante esses anos.<br />
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É isso.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Isabela.</div>
Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-81741159645816683822016-09-04T09:52:00.000-07:002017-05-06T22:52:36.409-07:00Análise: Violência gratuita (2007)<div style="text-align: center;">
<span style="color: #741b47; font-size: large;">Violência Gratuita (2007)</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f3f3f3;">Uma família em férias recebe a inesperada visita de dois jovens profundamente perturbados em sua casa de campo, aparentemente calma e tranquila. A partir de então suas férias de sonhos se transformam em pesadelo. <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/filme-126485/" target="_blank">ctd</a></span></blockquote>
Esse filme já estava na minha lista há muito tempo, lembro que me interessei em assistir quando soube que um dos personagens principais tinha um ar de Alex Delarge na atuação. Ao ler algumas análises sobre, descobri que o próprio diretor é um grande amante de Laranja Mecânica. Mais um motivo fantástico para admirá-lo. Existem duas versões, a original de 1997 e o remake produzido em 2007, os dois foram dirigidos pelo Haneke. Decidi assistir a versão mais nova, já que segundo alguns comentários, as duas versões são idênticas no roteiro, apenas os atores e as locações que foram atualizadas.<br />
<br />
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<img src="http://24.media.tumblr.com/tumblr_loloncmtcI1qafcveo1_500.gif" /></div>
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Ousaria em descrever esse filme em apenas uma palavra: <i>angustiante</i>. Haneke utilizou de diversos recursos para causar a estranheza e o desconforto no telespectador, como o ambiente pesado, a falta de trilha sonora e as cenas carregadas. Logo no incio temos um contraste de música clássica e heavy metal, uma preparação para as longas 2 horas a seguir. Algumas cenas chocantes, como a perseguição de um personagem, são extremamente longas e sem corte. A falta de uma trilha sonora causa um desconforto imenso, o que é logo cortado pelo heavy metal jogado no meio da cena. Os personagens principais, além da família, são o Paul e Peter. Para ser sincera, o Peter me lembrou o Tosko de Laranja Mecânica, ele é do tipo atrapalhado e medroso, completamente diferente do Paul, inspirado em Alex Delarge.<br />
<br />
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</div>
O título em português, violência gratuita, se dá pelo fato dos dois garotos não terem motivos aparente para cometer tal atrocidade com a família. Em uma cena, eles ironizam esse fato quando perguntados sobre o motivo de estarem ali. Já o título original, Funny Games, tem dois sentidos para mim. O primeiro: Paul tem a mania de relacionar sua violência como alguns jogos "divertidos" com a família. O segundo: com toda certeza, criar esse filme foi algo divertido para Haneke. Enquanto me via naquela situação angustiante, torcendo pela família já perdida, imaginava o diretor sentado em uma cadeira de couro, rindo de toda aquela situação com um charuto entre os dedos. Parece que tudo aquilo foi criado para nos atingir de alguma forma, para que aquele desconforto dure mais que apenas as duas horas.<br />
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<img src="https://theholyshrine.files.wordpress.com/2014/10/funny-games-14.gif" /></div>
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Aliás, o irônico tema do filme é a violência. Todas as cenas de violência ficam subjetivas a nós, não presenciamos nenhum dos atos cometidos pelos dois garotos. Creio que o objetivo da obra em si, seja mostrar a banalização desses atos. Nós somos dependentes da violência, mesmo que seja difícil aceitar, ficamos angustiados ao assistir alguma cena <i>gore,</i> ainda mais quando essas cenas não são jogadas na nossa cara. As cenas em que algo realmente acontece, é possível ouvir apenas os gritos e o som, enquanto um dos personagens prepara um sanduíche na cozinha. Novamente, todos os recursos utilizados, tanto a fotografia, o roteiro, as cores e a própria direção em geral, foram especialmente preparados para causar a estranheza e o desconforto. O clima pesado invade sua mente conforme os segundos avançam, e tudo que você deseja é que aquilo acabe de uma vez.<br />
Falando em ironizar fatos que insistimos negar, não é estranho que as pessoas torçam pelos vilões. Personagens amados na tela, geralmente são responsáveis por situações das quais ferem outras pessoas. Bom, temos eu como exemplo; perdidamente apaixonada por um personagem aparentemente sociopata que bate em mendigos na madrugada, e a minha estranha admiração por outro personagem, que apesar de ser extremamente elegante e dono de uma geniosidade invejável, usa dessas virtudes para o mal. Então, utilizando desse fato, Haneke faz com que em diversos momentos você se sinta confuso, não sabendo ao certo em quem confiar ou em quem torcer.<br />
<br />
Creio que arte deva nos passar alguma mensagem, provocar novas sensações mesmo que essas não sejam algo prazeroso. Violência Gratuita atingiu seu objetivo da forma mais bela que eu poderia ter visto, Haneke produziu um ótimo trabalho e pode concluir sua obra perfeitamente, dando um final realístico para toda aquela onda de violência.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #4c1130; font-family: "cambria" , serif; font-size: 12px; line-height: 18.6px; text-align: justify;">—</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: whitesmoke; color: #777777; font-family: "cambria" , serif; font-size: 12px; line-height: 18.6px; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-2995021301395713261" itemprop="description articleBody" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #777777; font-family: cambria, serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 21.7px; orphans: 2; position: relative; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; width: 560px; word-spacing: 0px;">
<div style="clear: both;">
</div>
</div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-2995021301395713261" itemprop="description articleBody" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #777777; font-family: cambria, serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 21.7px; orphans: 2; position: relative; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; width: 560px; word-spacing: 0px;">
<div style="clear: both;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, desculpem-me pela análise meio porca e escrita as pressas. Infelizmente ando numa onda de bloqueio e não consigo produzir nada que preste. Não tive tempo para revisar, então caso tenha algum erro na postagem, imploro para que me avisem o quanto antes. Obrigada pelos comentários do post anterior, fico muito feliz com todo o apoio que venho recebendo de vocês.</div>
Unknownnoreply@blogger.com28tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-78721589372658014852016-08-25T12:23:00.001-07:002017-03-12T14:06:03.593-07:0030 letters: A pessoa que você mais sente falta<img src="https://i.imgur.com/nUMpdTt.jpg" /><br />
Oi, M.,<br />
<div>
Eu vou entender caso você negue essa carta. Entenderei caso você a rasgue apenas por ler meu nome no verso. Entenderei também se sentir vontade de queimá-la, e caso seja isso, apoiarei sua decisão. Só peço que se ainda exista, mesmo que apenas um pouco, de afeição por mim, leia até o final.</div>
<div>
Considero desculpas como algo vago, nunca acreditei nelas e você me mostrou (muitas vezes) que também não. Já apresentei elas diversas vezes a você, em várias situações das quais nem eu mesma teria me perdoado. Então, não ousarei em usá-las novamente, apenas quero que entenda o quão envergonhada estou pelos meus atos. Eu tive a chance de mudar durante esses anos, prometi descaradamente que eu melhoraria e pararia de machucar você. Prometi me redimir por todos meus erros e isso nunca se concretizou, talvez pelo meu egoísmo surreal ou simplesmente por você sempre passar a mão na minha cabeça, o que fez com que eu me acomodasse no seu colo e o desprezasse sempre que quisesse, pois sabia que eu sempre poderia voltar para os seus braços. Não me orgulho, eu reconheço todas as coisas horríveis que fiz enquanto nós estávamos juntas.</div>
<div>
Eu sinto sua falta, todos os malditos dias da minha vida. Eu sinto falta de estar perto de você, sinto falta das nossas brincadeiras, falta de ouvir sua voz me xingando na live, falta do seu choro, falta do seu consolo e de simplesmente tudo que vem de você, meus lábios sussurram incansavelmente seu nome enquanto meu peito se afoga em saudades.<br />
Decidi escrever um pouco tarde demais, admito. Você agora deve estar com aquela garota de que você me falou uma vez, uma que é tudo aquilo que eu deveria ter sido. Isso não dói mais como antes, fico extremamente feliz sabendo que finalmente você se livrou daquela depressão da qual eu causei. Finalmente jogou os remédios no lixo, ao invés de ingerir todos de uma vez. E agora pode ter amigos, sem se culpar e se machucar todas as vezes em que se sentia suja por conversar com alguém. Fico feliz por estar finalmente distante de todo o mal que te cercava, e que algum dia, tudo o que resta de mim em você desaparecerá completamente.<br />
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<div style="text-align: right;">
De sua antiga e péssima memória, Isabela.<br />
<br />
<i>24 de Agosto, 2016.</i><br />
<i><br /></i><i></i>
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<a name='more'></a><i><br /></i>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
Bom, queria agradecer a Ana por ter sorteado um numero aleatório pra mim, e fico feliz que tenha saído justo esse tema. Inicialmente, pensei em escrever algo para uma antiga amiga minha, da qual eu também infelizmente magoei e hoje em dia não se falamos mais. Porém, ao começar a escrever, mentalizava o rosto da minha ex, então segui a escrita naturalmente e quando terminei, notei que havia escrito mais sobre ela do que minha amiga. Enfim, não penso em mandar essa carta pra ela, pois sei que não será bem vinda, mas caso algum dia eu beba vinho demais e me depare com essa carta, talvez ela finalmente a receba.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-41601712213013258332016-08-19T14:58:00.002-07:002016-09-04T12:03:53.041-07:0031 perguntas para quebrar um silêncio constrangedor<img src="https://i.imgur.com/ZeNzLBF.jpg" />Queria agradecer a todos que comentaram no meu post anterior. Muito obrigada mesmo por todo carinho que venho recebendo, e principalmente pela preocupação que tiveram comigo em relação ao relato do meu sonho. Está tudo bem, eu tenho o costume de sonhar com coisas estranhas e na maioria das vezes elas são assustadoras, mas eu venho tentando transmitir o que sinto por meio da escrita, é como se eu descarregasse todo o peso que elas causam. O lado bom é que esses sonhos bizarros me incentivam a escrever, tenho diversas histórias em mente graça a eles. Novamente, muito obrigada por todo carinho de vocês.<br />
<br />
Hoje eu estou um pouco mais feliz, recebi a correção da minha última redação e consegui tirar 900 pontos! Além disso, meu professor disse que a minha e as de mais duas amigas foram as melhores da sala. Apesar de ter perdido alguns pontos pelo meu parágrafo ter ficado mais extenso que o normal, é muito bom saber que sou capaz de tirar uma boa nota (pelo menos nessa área, já que em exatas e biológicas eu sou uma negação).<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
Enfim, eu ando vendo que alguns blogs estão postando fatos sobre a autora, e eu achei isso muito interessante. As vezes me sinto um pouco distante daqui, como se não houvesse uma "marca" da minha presença, algo como... falta de personalidade, imagino. Escrevi alguns fatos sobre mim (com ajuda de alguns amigos) e decidi compartilhar com vocês.<br />
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<b>1. </b>Eu sou obcecada por Serial Killers, alguns amigos meus consideram isso como algo doentio (palavras deles). Imagino que seja um fascínio saudável, tanto que pretendo me especializar em psicologia forense, precisamente na parte de transtornos de personalidade anti-social.<br />
<b>2.</b> Eu gosto muito de mandar áudios no WhatsApp, são mais práticos do que escrever.<br />
<b>3. </b>Eu tenho tendências a me apaixonar com mais facilidade que as outras pessoas. Resumindo, sou trouxa.<br />
<b>4.</b> Eu gosto de roupas cinzas, mesmo que muita das vezes elas se pareçam com pijamas.<br />
<b>5.</b> Meus personagens favoritos são o Hannibal Lecter e o Alex Delarge, sem dúvida alguma. Porém, o Alex sempre será o meu preferido. Sei que ele não é lá flor que se cheire, mas eu também não sou.<br />
<b>6. </b>Eu tenho o dom de dormir em qualquer lugar e em qualquer situação. Pode ser o ônibus, na carteira, no cantinho do pátio ou até mesmo em pé. Sempre acabo cochilando por aí.<br />
<b>7.</b> Um dos idiomas que mais quero aprender é Alemão. Assim como eu pretendo visitar a Alemanha no futuro.<br />
<b>8.</b> Meu ator preferido sempre será o Jack Nicholson, e meu filme preferido dele é Um estranho no Ninho.<br />
<b>9.</b> Gosto muito de desenhar, mas infelizmente perdi esse habito com o passar dos anos. Ainda me arrisco a rabiscar algumas coisas na carteira, mas não é nada de mais.<br />
<b>10.</b> Minha cor preferida é vermelho rubro (não sei se é o nome certo). Aquele vermelho escuro próximo a cor do sangue. Também gosto de azul claro e cinza escuro.<br />
<br />
Enquanto dava uma olhadinha pelo site do buzzfeed, descobri um post chamado <i>"31 perguntas para quebrar um silêncio constrangedor"</i>. Imagino que seja uma tag, pois já vi vários blogs respondendo, mas de qualquer forma, a ideia é muito legal. Indico a todos que se interessaram em responder as perguntas. ♥<br />
<br />
<span style="color: #741b47;"><b>1. Você gosta de coentro ou acha que tem gosto de sabonete? </b></span><br />
<div>
E se eu disser que não sabia o que era coentro até ler essa pergunta? Me mantenho o mais longe o possível da cozinha, então não sei exatamente qual o gosto do coentro. Porém, já comi sabonete, e se o gosto for realmente semelhante a esse, eu prefiro ficar sem saber.</div>
<div>
<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">2. O que você acha de áudios do WhatsApp? </span></b></div>
</div>
<div>
A melhor invenção de todas. Me poupa muito tempo, principalmente quando estou atrasada ou caminhando. </div>
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<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">3. Você também comia o chocolate da Turma da Mônica pelas bordinhas? </span></b></div>
</div>
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Quem não??</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">4. Qual é a melhor consoante do alfabeto? </span></b></div>
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<div>
M é uma letra bem charmosa.</div>
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<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">5. Qual é a primeira rede social que você vê de manhã? </span></b></div>
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<div>
Eu não faço a minima ideia, mas eu sempre checo o blogger primeiro ao chegar em casa.</div>
<div>
<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">6. Você acha que existe alguma bala melhor que 7 Belo? </span></b></div>
</div>
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Freegells de melão com recheio de chocolate branco.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">7. Que cor você acha menos confiável? </span></b></div>
</div>
<div>
Amarelo.<br />
<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">8. Qual foi o último filme que você viu e odiou? </span></b></div>
</div>
<div>
O melhor de mim. Não é que eu tenha odiado, mas não consegui assistir mais de 40 minutos de filme. A escolha dos atores na fase adulta foi péssima, não tem química alguma e não me senti nada convencida com o romance dos dois. A direção é muito boa, mas a história é extremamente clichê (típico de Nicholas Sparks). Aceitei o fato que filmes de romance não me agradam tanto assim.<br />
<br /></div>
<div>
<div>
<b><span style="color: #741b47;">9. Qual animal parece mais simpático, um pato ou um golfinho? </span></b></div>
</div>
<div>
Golfinhos, claro. Patos correm atrás de você e são agressivos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
<b><span style="color: #741b47;">10. Toddy ou Nescau? </span></b></div>
</div>
<div>
NESCAU!!</div>
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<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">11. Você acha que bebês conversam uns com os outros? </span></b></div>
</div>
<div>
Sim, assim como eu acho que os gatos se comunicam como os humanos e espalham todos nossos segredos.</div>
<div>
<br /></div>
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<div>
<b><span style="color: #741b47;">12. Sabia que todo mundo é feito de poeira de estrelas? </span></b></div>
</div>
<div>
Sim, e acho isso lindo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
<b><span style="color: #741b47;">13. Ouro Branco ou Sonho de Valsa? </span></b></div>
</div>
<div>
Ouro Branco, chocolate branco é a melhor coisa de todo o universo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
<b><span style="color: #741b47;">14. Qual era seu desenho favorito na infância? </span></b></div>
</div>
<div>
O pequeno urso, eu era apaixonada por esse desenho. Até hoje tenho uma mantinha dele, o meu personagem preferido era o Gato. </div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">15. Que série você jamais reveria? </span></b></div>
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Scream Queens. Assisti um episódio e pra mim já foi suficientemente entediante.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">16. Qual personagem do Harry Potter você menos gosta? </span></b></div>
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Nunca assisti Harry Potter... Mas não vou muito com a cara da Hermione, talvez porque eu não goste da Emma. </div>
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<b><span style="color: #741b47;">17. Qual é sua opinião sobre barrinhas de cereal? </span></b></div>
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Essa é a melhor coisa do universo depois de chocolate branco.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">18. Com quem você dividiria um Bis? </span></b></div>
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<div>
Com o meu namorado. Eu não tenho um namorado, então, não dividiria com ninguém.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">19. O que você faria se achasse R$ 50 na rua? </span></b></div>
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Colocaria créditos (pra jogar mais pokemon go) e o resto compraria em açaí.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">20. Quanto tempo uma comida precisa estar na geladeira para você considerar ela velha? </span></b></div>
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Dois dias.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">21. Qual é seu número preferido? </span></b></div>
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Coincidentemente, o meu número preferido é 21. O motivo é bem idiota, sério. Quando eu ainda estava no fundamental e comecei a aprender tabuada, a primeira conta que decorei foi 7x3, desde então nunca esqueci esse número.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">22. Qual é o aplicativo mais inútil do seu celular? </span></b></div>
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Prisma. Não é que ele seja inútil, mas eu quase nunca uso. </div>
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<b><span style="color: #741b47;">23. Quem você tiraria do elenco de “Friends” se fosse obrigado? </span></b></div>
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Vou trocar Friends por How I Mey Your Mother. Eu com toda certeza do mundo tiraria a Robin, eu odeio ela. </div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">24. Você é contra ou a favor de comer macarrão com arroz? </span></b></div>
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Credo, contra.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">25. Qual foi a última vez que você precisou usar a Fórmula de Bhaskara? </span></b></div>
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Esses dias durante uma aula de matemática. O exercício estava super fácil até chegar numa equação de segundo grau e eu me tocar que precisaria usar bhaskara. Terminei o exercício aí, nem me arrisquei a continuar.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">26. Você acha que dá para morrer de overdose de rúcula? </span></b></div>
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Tudo de mais faz mal, então...</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #741b47;">27. Quanto tempo você levou para entender como funciona o Snapchat? </span></b></div>
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Acho que aprendi em duas horas, no máximo.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">28. Qual é sua opção favorita no restaurante por quilo? </span></b></div>
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São tantas... Mas sempre pego batata frita, strogonoff e lasanha. </div>
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<b><span style="color: #741b47;">29. Você gosta de “Sorry” do Justin Bieber? </span></b></div>
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Já enjoei, mas caso alguém toque essa música perto de mim eu vou cantar sem pensar duas vezes.</div>
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<b><span style="color: #741b47;">30. Você prefere passar muito frio ou muito calor? </span></b></div>
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Nenhum dos dois, tem como?</div>
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<b><span style="color: #741b47;">31. Você está dormindo e sobe uma barata na sua cara. Você prefere continuar dormindo e nunca saber ou acordar e fazer alguma coisa? </span></b></div>
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Acordar e fazer alguma coisa, pelo menos assim não corro o risco dela entrar na minha boca (eu acho).</div>
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Unknownnoreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-1878366339221761072016-08-08T18:21:00.001-07:002016-08-17T15:48:09.035-07:00Texto: 02:20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Ando tendo constantes pesadelos de um lugar estranhamente familiar. Acordo de hora em hora suando frio e minhas mãos tremem, a estranha sensação de ter algo sob mim me apavora. É um sonho contínuo, não importa quantas vezes eu insista em acordar na tentativa de fugir, eu sempre me vejo novamente no mesmo lugar. Sequer consigo olhar-me no espelho durante a manhã, e desde então, a ideia de permanecer sozinha me desespera. Me sinto cada vez mais dependente das pessoas, como se alguém me deixasse sozinha por apenas um minuto que fosse, o mundo desabasse ao meu redor e o chão me engolisse e me transportasse para a imensidão negra.<br />
<br />
Fragilizada e perdida, meus pés caminhavam incertos pela escuridão que me cercava, me escoro em superfícies sólidas, muitas vezes tão quentes que sinto bolhas se formando por toda extensão dos meus dedos. Eu grito mas é impossível soltar-me, por mais que doesse, meu corpo relutava em abandonar a única coisa que não me deixava imergir na escuridão e tornar-me parte dela. O breu negro me cega enquanto meus pés pisam em lugares incertos, cortantes, quentes e gosmentos. A sensação de já ter passado por esse lugar me invade, como se eu fizesse parte de tudo aquilo. Apagão.<br />
Acordava novamente sentada em uma cadeira que rangia, em frente a diversos monitores antigos e sem som. Me via em uma sala de monitoramento antiga, iguais a que vemos em séries ou filmes, e em cada tela eu podia observar a vida de cada um que já esteve perto a mim. Eu podia vê-los sorrindo, brincando, conversando, fazendo qualquer merda que fosse sem mim. Silêncio. Vozes começavam a ecoar no fundo, vindo longe dos monitores. Eu tentava olhar sobre os ombros na intenção de descobrir de onde vinham, sem sucesso, meu corpo se entregava as luzes fracas que saíam das imagens projetadas nos monitores. As vozes se tornavam mais próximas, enquanto meu corpo relutava contra o transe momentâneo. Elas chegam mais próximas e se tornavam sussurros contra meus ouvidos, em cada lado, elas sussurravam coisas diferentes. <i>Eles finalmente te esqueceram. Esqueceram. Você finalmente pode se juntar a mim. E ninguém se lembrara de quem você foi. Ninguém. Você se tornará parte da escuridão que te cerca, pelo resto da eternidade. </i>Meu coração se desespera dentro do corpo adormecido, minha respiração falha e sinto que vou explodir. Imóvel, enquanto as vozes queimam meus tímpanos e se espalham pelo meu corpo, corroendo cada pedaço de vida que ainda restava nele. Sinto o sangue queimar em minhas veias. As imagens expostas nos monitores se viram contra mim, as pessoas sorriem enquanto meu corpo de desespera. Gargalhadas passam a ser audíveis, elas se mesclam ao sussurro. Imóvel, meu corpo se mantém na mesma posição enquanto minha alma se debate, em um grito de misericórdia escorre pelos meus olhos. Sinto algo áspero tocar minha nuca, um calafrio percorre por toda extensão do meu corpo, enquanto o membro gélido envolve meu pescoço. Apavorada. Gotas e mais gotas escorrem pelo meu rosto sem demonstrar qualquer reação. A mão desce até meu peito, ela sente meu coração pulsar desesperadamente sob minha pele. Dor infernal, ela crava as unhas em minha carne e a rasga. O sangue fervente escorre pelas suas mãos e posso vê-las se queimarem. Meu corpo dilacerado por suas mãos cai sobre o chão gosmento. Posso ver sua silhueta contra as luzes dos monitores, sua estatura baixa me aterroriza. Ela me olha ferozmente como se fosse me devorar a qualquer momento. Ela então se curva sobre meu corpo desfalecido e consciente ao chão, e meus olhos, até então acostumados com o breu que nos cerca, podem finalmente ver a criatura debruçada em mim. Em um último suspiro de dor, posso ver estampada em sua face aterrorizadora, um reflexo nítido de claro de mim mesma.<br />
Se eu acreditasse em inferno, esse seria o meu. <br />
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<i>E eu estou a minha espera.</i>Unknownnoreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-29950213013957132612016-08-04T17:54:00.002-07:002016-09-04T12:47:30.557-07:00Então, eu assisti Suicide Squad<img src="https://i.imgur.com/TAGGW03.jpg" /><br />
Hoje eu combinei de ir ao cinema com alguns amigos assistir a estréia de Esquadrão Suicida, e apesar de admitir ser muito mais <i>fangirl </i>da Marvel (sou suspeita nas críticas, sim), eu até que tinha bastante expectativa com esse novo filme. Depois da derrota que foi Batman vs Superman, eu achei que a Warner tinha reconsiderado alguns pontos do filme, e ela realmente fez isso, mas de uma forma meio errada. Não sou crítica de cinema nem nada, muito menos me arrisco a dar nota nos filmes, mas como esse é um blog pessoal, quero registrar minha opinião.<br />
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Espero que todos vocês tenham uma noção do filme, não sou boa com sinopses. Enfim, o filme gira em torno de acontecimentos logo depois da morte do Superman em BvS (foi mal pelo spoiler) e o sumiço do Batman. Com a falta de um protetor da cidade, um membro do governo chamada Amanda Waller, decide reunir os piores vilões para resolver uma grande ameaça.<br />
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Amito que um dos principais motivos para ter ido até o cinema foi pelo fato da minha banda preferida estar na trilha sonora. Caso não saibam, acompanho Panic! at the Disco desde a sua formação inicial, e a ultima vez que pude ter o gosto de ouvir a voz do Brendon em algum filme foi em<i> Garota Infernal</i>. Além disso, sou apaixonada pela Viola Davis e pelo Jared Leto, são atores que eu assistiria qualquer coisa em que eles estivessem no elenco.<br />
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<img src="https://66.media.tumblr.com/226b36d675af0ce03f27fbac891bac38/tumblr_oaxeij5rdh1s8xbv9o7_500.gif" /></div>
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Primeiro: o visual é fantástico! A escolha de cores e a arte em geral do filme tem um ótimo contraste. Apesar da características dos filmes da DC serem um ambiente bem escuro, os desenhos em neon e até mesmo alguns figurinos e luzes de fundo combinaram com toda essa onda <i>dark</i>. É exatamente no estilo que vemos nos trailers. Ao assistir algumas críticas no youtube, vi que a maioria achou o 3D desnecessário, eu discordo nesse ponto, o 3D só deixou a minha experiência melhor, ainda mais nas cenas onde aparece o vilão.<br />
Outro ponto é a questão dos cortes, muitas cenas foram cortadas e o filme acabou passando uma ideia de "picotado". Talvez o objetivo era amenizar o tom do filme, já que BvS recebeu muitas críticas por ser sombrio e tudo mais, porém, a edição não colaborou nada dessa vez. Cenas que vimos nos trailers e nas fotos que vazaram acabaram não entrando, e também esse foi um dos motivos para o meu descontamento com um certo personagem. A trilha sonora é muito boa, mesmo tendo apenas alguns segundos restantes lá no finalzinho para apreciar o cover de Bohemian (Queen) do Panic!<br />
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<img src="https://67.media.tumblr.com/8824adb2064f5d921aa884d9a2850249/tumblr_oaxeij5rdh1s8xbv9o6_500.gif" /></div>
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Vou entrar em um ponto que me desagradou profundamente, não se sintam ofendidos ou chateados pelo que eu falar. A romantização da Harley com o Coringa foi MUITO desnecessária, não estou exagerando. A participação do coringa em si já é algo que deveria ser repensada, apenas 20 minutos de tela para um personagem notável numa história onde ele não tem interferência alguma, está ali apenas para somar ou agradar o público que vive por romance.<br />
Coringa sempre foi um personagem reconhecido pelo alto grau de insanidade em seus atos, isso é reforçado em todos os filmes, hqs e animações em que ele é retratado. Nas hqs principalmente, sua relação com a Harley é fruto de apenas interesses de quando lhe convém. Harley é obcecada pelo Coringa, ela deixa isso claro no filme quando é perguntado se ela morria por ele. Sabemos que a relação entre os dois nunca foi reciproca e muito menos envolve amor, é algo problemático que poderia muito bem ser aprofundado pelo roteirista introduzindo o evidente relacionamento abusivo. No filme em questão, o Coringa nos passa a impressão de estar completamente apaixonado pela Harley e que faria qualquer coisa para protegê-la e ficar junto a ela, a resgata em situações nada aproveitosas para a trama, e há momentos onde poderia SIM mostrar seu verdadeiro lado insano. Eu fiquei super incomodada com isso, houve momentos em que as pessoas da sala de cinema gritavam "Awww" nas cenas em que os dois estavam juntos, eles torciam por um casal onde NÃO EXISTE AMOR. Ele a tortura e usa como bem entender, isso não é saudável nem muito menos digno de admiração.<br />
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<img src="https://67.media.tumblr.com/ed827809e57a79511c76d80c9d35e9fd/tumblr_oaxeij5rdh1s8xbv9o5_540.gif" /></div>
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Focando agora apenas no Coringa, a atuação não pode ser inteiramente julgada, já que o personagem teve pouco tempo para nos convencer. Jared é um ator fantástico e eu acredito que ele tenha se empenhado, mas há cenas muito forçadas em sua atuação. Ele tenta a toda hora nos convencer que ele é louco e insano, mas de uma forma falha. A risada é algo terrível, foi um dos pontos que mais me desagradaram nesse personagem. Posso resumi-lo a uma mistura de Al Pacino e algum personagem do Nicholas Sparks. Amo o Jared com toda minha força e espero que ele seja um Coringa muito melhor do qual me foi apresentado hoje, acredito que ele tenha o potencial necessário, mas não pude deixar de sair um bocado decepcionada.<br />
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Apesar de ter alguns pontos que me desagradaram, o filme pode ser considerado muito bom. Não é o melhor filme do gênero de super heróis lançados até agora (ainda fico com Deadpool) mas vale a pena gastar um dinheiro para assisti-lo. Aliás, eu estou na espera da versão estendida para poder assistir sem todos aqueles cortes, talvez ele possa me agradar ainda mais.<br />
Não quero dar spoiler, mas tem duas participações muito especiais, inclusive um dos meus atores preferidos aparece <i>rapidamente </i>durante uma cena. E esperem alguns segundos a mais quando o filme acabar, tem uma cena pós-créditos que liga esse filme ao próximo a ser lançado.<br />
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<div style="background-color: white; color: #777777; font-family: cambria, serif; font-size: 14px; line-height: 21.7px; text-align: center;">
<i> </i><span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈ </span><span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-6276349806774834562016-07-29T17:40:00.000-07:002016-09-04T12:04:20.193-07:00O Apanhador no Campo de Centeio <img src="https://i.imgur.com/WPBkGIy.jpg" />Queria começar me desculpando, porque para ser sincera com todos vocês, nem sei exatamente que palavras usar para demonstrar fielmente a complexividade e geniosidade que é esse livro. Ao pegá-lo na prateleira da biblioteca, sequer cheguei a imaginar que ele se tornaria tão importante para mim. Então, eu espero que entendam a minha forma simples de tentar transmitir meus pensamentos e interpretações sobre <i>O Apanhador no Campo de Centeio.</i><br />
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<i> </i><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈ </span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈</span></div>
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<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;"><br /></span></div>
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Antes de tudo, o contexto histórico desse livro é muito importante para a compreensão da obra. Foi escrito e publicado durante os anos de 1940 e 1950. Ele se tornou uma das obras mais importantes da literatura americana, principalmente por se passar na década de 50 e tratar de assuntos que na época, eram ainda polêmicos. Salinger foi, se não, um dos primeiros a tratar a adolescência como tema principal, o que chamou a atenção das pessoas na época. O livro foi mais do que um sucesso, porque além de tratar assuntos extremamente importantes e complexos como sexo, homossexualidade e rebeldia, ele faz o leitor se apaixonar pela narrativa e principalmente<strike> (ou não)</strike> pelo narrador.</div>
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O narrador em questão é Holden Caulfield, um adolescente de 16 anos que narra alguns acontecimentos após ser expulso do seu colégio. Apesar da narrativa se passar em apenas dois dias após a saída de Holden, há milhares de assuntos importantes retratados durante esse percurso. </div>
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Holden é um dos personagens mais complexos que pude conhecer, seus pensamentos são todos confusos, e imagino eu, que nem mesmo ele possa entendê-los. Ele odeia praticamente tudo e todos, para ele todos os adultos são cretinos e hipócritas, todas as pessoas que vivem ao seu redor são cretinas, os trabalhos são cretinos e tudo que se passa à sua volta é a mais pura hipocrisia. Ele repete a palavra "cretina" zilhões de vezes durante o livro para descrever qualquer coisa que não o agrade. Ele é uma pessoa desajustada em vários grupos sociais, não se ajusta com os próprios pais nem com os colegas de quarto e principalmente com a sociedade, ele vê problemas em tudo, enxerga o pior lado de todos. </div>
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A complexividade desse personagem é encantadora, você pode amá-lo ou odiá-lo, há várias versões diferentes do mesmo personagem. Apesar de odiar a tudo e todos, as únicas coisas que o agradam é sua irmã Phoebe de 10 anos e seu falecido irmão Allie, que morreu de leucemia. Holden enxerga a pureza nos dois e isso o encanta. O irmão é citado em diversas partes do livro pelo narrador, pois ele é a única coisa que o conforta diante ao caos que impregna sua mente. Inclusive, um dos lugares que mais o agrada é um museu da cidade, justamente pelo fato que independente de quantas vezes você for lá, seja com seus cinco anos de idade ou com os seus trinta, tudo vai continuar da mesma forma, intacto. Isso nos mostra o medo que cerca sua vida, o medo de crescer, o medo de enfrentar a sociedade cretina e falsa dos adultos. </div>
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Você passa mais da metade do livro sem entender o significado do título, mas a partir do momento em que ele é citado, tudo que você leu até então faz sentido. Holden, quando perguntado pela irmã o que ele gostaria de ser no futuro, ele se recorda de uma citação errônea de um poema, onde ele acreditava ser "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio", ele responde que queria ser um apanhador no campo de centeio. Holden gostaria de ser o único adulto responsável por segurar as crianças que brincam no campo de centeio e caem descuidadas no abismo. Podemos interpretar então, que esse abismo que engole as crianças é justamente a vida adulta, Holden, gostaria de ser a pessoa responsável por manter a inocência e a pureza das crianças que ainda brincam no campo. Isso é genial, foi uma das metáforas que mais me encantou durante a leitura.<br />
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O livro é simples e não tem nenhum acontecimento relevante, é apenas um final de semana de um garoto problemático pelas ruas de Nova York. A importância é a forma que você enxerga as entre-linhas, a forma que você interpreta todos aqueles acontecimentos e como você os aplica na sua realidade. Isso é o que torna O Apanhador no Campo de Centeio um livro tão mágico. Espero mesmo que vocês se interessem por ele, e principalmente que eu tenha conseguido transmitir pelo menos um pouco do que pude sentir ao ler. <br />
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Unknownnoreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-5120615263916762924.post-18314223225595851762016-07-16T10:49:00.000-07:002016-09-04T12:50:07.977-07:00Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe<div style="text-align: right;">
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<a href="https://i.imgur.com/kQL2YaG.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://i.imgur.com/kQL2YaG.png" width="180" /></a>Edgar Allan Poe nasceu em Boston, EUA, em 19 de Janeiro de 1809. Filho de um casal de atores fracassados, onde a pobreza e miséria prevalecia. Se tornou órfão aos três anos, quando a mãe faleceu logo depois do sumiço do pai. Dizem que no velório da mãe, ele ficou horas observando seu rosto, e dizia que ela era muito mais bonita daquele jeito. Esse foi seu primeiro contato com a morte, foi onde reconheceu sua beleza, e esse conceito está presente na maioria de suas obras.</div>
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Ele foi adotado por um rico comerciante, o que lhe proporcionou uma boa educação. Frequentou a Universidade da Virgínia, estudou grego, latim, francês, espanhol e italiano. Edgar era viciado em jogos, isso o fez perder muito dinheiro e acabou largando a vida acadêmica, o que causou uma séria discussão com seu pai adotivo. Ele fugiu de casa e se alistou nas forças armadas, onde serviu durante alguns anos e foi dispensado por indisciplina. Neste mesmo período ele publicou seu primeiro livro policial. Edgar sempre foi mais apegado a mãe adotiva do que ao pai, mas assim como sua mãe biológica, ela faleceu.</div>
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Poe foi apaixonado por sua prima de primeiro grau, Virginia Clem, eles se casaram em segredo quando ela tinha apenas treze anos. Virginia sofreu com uma grave tuberculose, o que acabaria por levá-la a morte. Depois de sua morte, Edgar Allan Poe se entregou de uma vez a bebida e ao ópio, para ajudá-lo a enfrentar aquela dor. Inclusive, dizem que o poema Annabel Lee foi inspirado em Virginia. O poema conta a história de dois amantes se se apaixonaram ainda jovens, o que causou inveja aos anjos. O narrador acreditam que o serafim causou a morte de sua amada, mas suas almas ainda estão entrelaçadas. Muitos dizem que o tema frequente da "morte de uma linda mulher" em suas obras, se dá devido a perda de todas as mulheres que perdeu em sua vida.<br />
Poe soube retratar a morte de uma forma bela e tocante, utilizando recursos melancólicos e ambientes fúnebres. A morte se tornou sua mais fiel amiga, e em seus contos, ela nos toca e adentra nossa mente. Utilizava técnicas para agarrar o leitor logo no primeiro paragrafo, sendo impossível desprender-se da leitura. A narrativa te introduz no ambiente, te causa angústia junto ao personagem, te faz submergir naquela história. Seus contos e poemas retratam além da morte, a perturbação da natureza humana, assim como mentes doentias e perturbadas, loucura extrema, personagens neuróticos e alucinações. Ele cria um ambiente macabro, que te carrega até o estopim final, te surpreendendo com o desfecho da trama.<br />
Ironicamente, assim como seus contos, sua morte ainda é um grande mistério. Seu corpo quase morto foi achado em Baltimore, num estado deplorável, vestindo roupas de outra pessoa. Apesar de ter sido levado até ao hospital, não resistiu. A causa de sua morte é desconhecida até hoje, porém, segundo relatos, suas últimas palavras foram "Está tudo acabado. Escrevam: Eddy já não existe."<br />
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<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈ </span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif , "verdana"; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">◇ ◈</span></div>
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Meu primeiro conto do Poe foi <i><a href="http://www.releituras.com/eapoe_coracao.asp" target="_blank">O Coração Delatador</a></i>, e lembro até hoje da minha surpresa por nunca ter lido algo parecido. O conto me prendeu do incio ao fim e o final me deixou com uma cara de completa idiota, o que acontece com bastante frequência. Após alguns dias, comprei a edição econômica de Contos de Terror e Mistério numa banca aqui da cidade, lembro que terminei de ler em menos de um dia.<br />
Meu segundo livro do Poe é um bem antigão, uma edição de 1978, com a capa em preto com detalhes dourados. Tinha uma espécie de troca de livros na biblioteca da minha cidade, então eu reuni alguns antigos (como crepúsculo, por exemplo) e fui até lá trocar. O livro estava meio acabadinho com a capa soltando, as folhas estão amareladas e a impressão está um pouco falha por causa do tempo. Consegui consertar a capa com cola quente, mas a fitinha de marcar página se perdeu. Bom, é um livro de 38 anos, ele resistiu bastante até agora.<br />
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<img height="189" src="https://i.imgur.com/3CNO7oa.jpg" width="400" /></div>
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Um dos meus poemas preferidos dessa edição, além de claro, <i><a href="http://www.psb40.org.br/bib/b157.pdf" target="_blank">A queda da casa de Usher</a></i>, é<i> <a href="http://www.psb40.org.br/bib/b159.pdf" target="_blank">O Gato Preto.</a></i> Caso vocês se interessem pelo conto, cliquem sobre o título para ler. E para a minha decepção, nenhuma das minhas duas edições tem um dos mais famosos poemas do Poe, <a href="http://pensador.uol.com.br/frase/MzY1NTQ4/" target="_blank">O Corvo.</a><br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f3f3f3;">"Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, <span style="text-align: justify;">no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal </span><span style="text-align: justify;">coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a </span><span style="text-align: justify;">aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas </span><span style="text-align: justify;">amanhã morro e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. Meu </span><span style="text-align: justify;">propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem </span><span style="text-align: justify;">comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido a suas </span><span style="text-align: justify;">conseqüências, tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e destruíram. </span><span style="text-align: justify;">No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em mim, quase não produziram outra </span><span style="text-align: justify;">coisa senão horror — mas, em muitas pessoas, talvez lhes pareçam menos </span><span style="text-align: justify;">terríveis que grotesco. Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza </span>o meu fantasma a algo comum — uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que, a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais." </span></div>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #741b47;">(Trecho de O Gato Preto)</span></i></div>
</blockquote>
Espero que vocês se apaixonem pelo Poe assim como eu, pois além de ser considerado "O pai dos contos de terror", ele foi e ainda é um grande simbolo de influência nos gêneros de ficção policial. Se entreguem a sua narrativa perturbadora, e tenha preferência durante a noite, <i>somente a noite e nada mais.</i> <strike>Referência ao poema O Corvo</strike><br />
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Por fim, quero me desculpa pelo breve sumiço. Perdi alguns dias me dedicando a uma série nova que descobri, e coincidentemente, seu tema central são assassinatos inspirados nos contos do Poe. Talvez mais para frente eu poste sobre essa série, pois ela é simplesmente fantástica.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com18